Vale não deverá recorrer de multa aplicada pelo Ibama

OESP, Geral, p. A13 - 01/06/2004
Vale não deverá recorrer de multa aplicada pelo Ibama
Empresa admite que subestimou volume de rejeito de cobre em mina de Carajás

Clarissa Thomé

RIO - Autuada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em R$ 2 milhões por danos ambientais no entorno da Floresta Nacional dos Carajás, no sudeste do Pará, a Companhia Vale do Rio Doce não recorrerá da multa. A empresa informou que subestimou o volume de rejeito de cobre lançado pela Mina do Sossego, o que acabou atingindo um trecho da floresta que a mineradora tinha autorização para desmatar, mas não o fez. "Recorrer da multa não é opção para nós. Vamos conversar com o Ibama e chegar a um termo de ajuste de conduta (TAC)", afirmou o gerente-geral de Suporte às Operações de Não-Ferrosos, Alessandro Moura.
Moura explicou que a empresa vinha negociando com o Ibama desde abril, quando percebeu que o volume de rejeito era maior do que o esperado. O órgão ambiental havia permitido o desmatamento de 159 hectares de floresta, em março de 2002, quando a mina pertencia à extinta Mineração Serra do Sossego.
A Vale derrubou apenas 40% dessa área. "Optamos por desmatar menos por uma questão ambiental. Em março, quando começamos os testes do projeto, vimos que seria necessário derrubar uma área maior, mas a licença já havia vencido", disse Moura.
Já segundo o Ibama, a licença, vencida em março de 2003, não foi respeitada pela Vale. O gerente do órgão em Marabá, Ademir Martins, informa que a mineradora deveria ter desmatado os 159 hectares, retirado a madeira, preparado o solo para receber o rejeito, salvado animais, orquídeas e bromélias e nada disso foi feito.
O Ibama ainda está avaliando o efeito que o despejo de rejeitos de cobre teve sobre a floresta. Técnicos de Brasília viajarão a Canaã dos Carajás, onde fica a mina, para fazer um estudo do impacto ambiental.
Moura informou que a Vale vai apresentar proposta ao Ibama, nos próximos dias, sobre medidas para regularizar a situação da Mina do Sossego, que está com as atividades suspensas.

OESP, 01/06/2004, Geral, p. A13
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