Pesquisa aponta número de animais atropelados na estrada da Floresta Nacional de Carajás, localizada no Pará

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 18/06/2009
Artigo escrito pelo analista ambiental da Floresta Nacional de Carajás, no Pará, Fabiano Gumier Costa, em parceria com professor da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, traz uma análise do impacto da Estrada Raimundo Mascarenhas sobre a fauna de vertebrados no interior da unidade de conservação federal. Intitulado Acta Amazonica no ano passado, o artigo foi submetido ao periódico do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e será publicado este ano.

Realizado entre abril de 2003 a outubro de 2006, o estudo testou se havia padrões nas freqüências de atropelamentos com relação a pontos da estrada, sazonalidade e espécies.O estudo registrou o atropelamento de 155 espécimes de animais vertebrados no interior da Floresta Nacional (Flona) de Carajás.

Em números absolutos, os táxons mais afetados foram serpentes, gambás, aves, raposas, quatis e pequenos roedores. Foram constatados alguns padrões especiais e a relação com a precipitação de chuvas não se mostrou determinante na freqüência de atropelamentos. Entre as espécies de serpentes atropeladas foram identificadas a Boa constrictor, Epicrates sp., Spilotes pullatus, Eunectes sp. e várias espécies não identificadas da família Colubridae.

Segundo Fabiano, de 2003 a 2006 foi realizado o trabalho pioneiro. "Durante esse tempo inserimos como condicionante dos processos de licenciamento ambiental da mineração da Companhia Vale do Rio Doce, a realização de monitoramentos da fauna atropelada nas estradas de nossas Flonas que possuem atividades de mineração", afirma Gumier.

De acordo com ele, a pesquisa cujos resultados aparecem sistematizados neste artigo foi pensada como forma de se verificar os impactos sobre vertebrados silvestres decorrentes do intenso tráfego de veículos na principal estrada pavimentada de acesso a Flona de Carajás.

O tráfego de veículos é conseqüência das atividades de exploração mineral na região de Carajás, sendo importante que o ICMBio promova pesquisas independentes das financiadas pelo empreendedor, visando checar os impactos destas atividades sobre os ecossistemas.

"Procuramos verificar os principais padrões relacionados aos atropelamentos de vertebrados e pensar como intervir no local para reduzir a mortalidade de animais. Os dados e as análises são robustos e esta publicação poderá orientar metodologicamente trabalhos futuros sobre atropelamentos de animais silvestres até o momento pouco explorados no Brasil, em especial na Amazônia", conclui Gumier.
UC:Floresta

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