ParNaso com portões fechados

O Diário de Teresópolis - http://odiariodeteresopolis.com.br - 13/05/2010
Quem procurou o Parque Nacional da Serra dos Órgãos nesta quarta-feira, 12, encontrou a unidade de conservação ambiental com os portões fechados. Os funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade fecharam as portarias do PARNASO como forma de protesto pela paralisação da negociação do plano de carreira e melhores salários dos especialistas em meio ambiente do ICMBio, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA) e do Serviço Florestal Brasileiro. A categoria está em greve há pouco mais de um mês e ontem aguardava decisão do Supremo Tribunal de Justiça em relação a legalidade do movimento. "Esse movimento está acontecendo em várias unidades, como o Parque Nacional da Tijuca, o Parque da Bocaína e o do Itatiaia. É um movimento que visa mostrar a importância dos servidores para a conservação ambiental no país", lembra Leonardo Martins, servidor lotado no Ibama.

De acordo com o movimento, apesar da área ambiental ter alcançado avanços importantes como a redução do desmatamento e o fortalecimento da gestão das unidades de conservação, a falta de infra-estrutura, as deficiências nas condições de trabalho e os riscos são realidade no cotidiano dos servidores da área ambiental. Dentro do próprio poder público existe menor valor para a área ambiental em termos de plano de carreira e salários. A evasão é uma prova disso. Cerca de 30% abandonam a carreira na área ambiental em busca de melhores oportunidades. Além disso, o governo vem dando muito mais destaque para o desenvolvimentismo industrial sem a devida preocupação com os impactos.

"Necessitamos de uma estruturação da carreira e do próprio ICMBio. Precisamos atender melhor o interior do país, as áreas mais isoladas e de mais atenção à especialização dos servidores", destaca o analista ambiental do PARNASO Marcus Machado.

Em nota no site do Movimento Grevista da Área Ambiental Federal, os servidores públicos informaram que não vão baixar a guarda diante das declarações do presidente Lula. Na segunda-feira, o chefe do Executivo informou que "não há qualquer previsão de reajustes salariais em 2010 além dos acordados há dois anos, quando 40 carreiras tiveram aumentos nos contracheques". O recado, dado pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, teve efeito contrário: os servidores pretendem intensificar as mobilizações nas categorias paralisadas e em negociações.

No movimento realizado na sede Teresópolis, foram distribuídos panfletos explicando o motivo do fechamento. A visitação será retomada nesta quinta-feira. No final da tarde de ontem, o STJ considerou a greve legal.

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