Parceria ajuda a combater incêndios na Flona de Carajás

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 24/07/2009
Tudo começou em 2003 quando um incêndio destruiu quase 600 hectares da Floresta Nacional (Flona) de Carajás. A Vale, que faz extração de minério na área, foi responsabilizada e multada após laudo do Corpo de Bombeiros do Estado do Pará. Dessa tragédia surgiu entre os executivos da empresa o aprendizado do quanto é imprescindível o desenvolvimento sustentável. A partir daí a empresa montou um projeto de prevenção ao fogo e os empregados passaram a receber treinamento dos técnicos do Ibama. Agora, esse projeto vem sendo tocado em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra a Flona.

A cada ano é melhor o resultado dessa junção de esforços para evitar que erros ou falta de atenção redundem em degradação do meio ambiente. No final de junho, uma equipe da Vale que executava pesquisas minerais detectou um foco de incêndio na área de savana, região altamente inflamável. Como o grupo é treinado para o combate, conseguiu debelar as chamas numa velocidade suficientemente capaz de evitar a proliferação.

Conforme o chefe da Flona de Carajás, Frederico Martins, oito hectares foram atingidos, mas se não fosse o preparo da equipe de pesquisadores o fogo poderia ter atingido mil hectares facilmente. "Esse foi o grande mérito, pois eles conhecem as técnicas de primeiro combate, sabem avaliar o comportamento do fogo e reagir a essas características de forma muito eficiente. E olha que o incêndio era numa área muito crítica, propensa a queimar intensamente," comenta.

Não apenas na área da floresta, mas em todo o espectro do Mosaico de Carajás vige um amplo programa de prevenção aos incêndios. A prática das diretrizes estipuladas no planejamento e as estratégias são conduzidas conjuntamente pelo ICMBio e pela Vale. Desde aquela tragédia de 2003, os funcionários da mineradora e das empresas terceirizadoras de mão-de-obra para ela são preparados para prevenir e combater focos de incêndio na área formada por cinco unidades federais de conservação.

Essa dinâmica de atuação se dá, num primeiro momento, pelas ações conscientizadoras, por meio de peças publicitárias, conversas com os habitantes da região, com trabalhadores da mineração, além da construção e manutenção de aceiros e, se for o caso, combate ao fogo. Em situações de emergência, segundo Martins, há um fluxo de acionamento após a detecção feita por sobrevoo, satélite ou informações de campo mesmo. "Aí os trabalhadores da Vale que estiverem mais próximos da região afetada começam o combate. Então estabelece-se uma coordenação conjunta entre os técnicos do ICMBio e da empresa para elaborar as estratégias de ação."

Mesmo com todo esse preparo, em caso de um incêndio de grandes proporções, as consequências são imprevisíveis. Frederico Martins destaca que nessas condições "não existe tecnologia no mundo que consiga efetivamente extinguir." Por isso a prevenção é considerada necessidade extrema.

Em ambientes como o Mosaico de Carajás, onde há a coexistência das unidades de conservação com máquinas, escavações e milhares de pessoas trabalhando na extração de minérios, a parceria entre setor econômico e instituições de defesa do meio ambiente é quase que natural.

Na opinião do chefe da Floresta Nacional de Carajás é obrigação dessas empresas cuidar do meio ambiente e empreender medidas compensatórias. "Considero estratégico para Vale investir nesse programa de prevenção e combate aos incêndios, além de obrigação, porque a atividade mineral é altamente inflamável," afirma.

"Soma-se a isso o fato de haver intensa densidade demográfica nesse tipo de região por causa da mineração. Essa particularidade propicia o cenário ideal para queimadas que eventualmente podem atingir as áreas protegidas. Por esse motivo é fundamental o engajamento da empresa, tanto na elaboração como na execução de projetos de proteção ambiental", diz Martins.
UC:Floresta

Unidades de Conservação relacionadas

  • UC Carajás
  •  

    As notícias publicadas neste site são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.