Onça pintada resgatada no Amazonas irá para Minas Gerais

Portal Amazônia - http://portalamazonia.globo.com - 02/06/2009
Um espécime de onça-pintada (Panthera onca) - o maior felino das Américas - resgatado de uma comunidade ribeirinha na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (AM) será encaminhado ao zoológico municipal Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG).

O animal é uma fêmea de aproximadamente quatro anos e ficará em tratamento por aproximadamente 15 dias na cidade de Tefé (AM).

O resgate foi realizado no dia 31 de maio pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (IBAMA) de Tefé, com o apoio do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM) e da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Amazonas.

Devido ao período de cheia na região, a jaula onde a onça era mantida estava alagada. Em função disso, as patas do animal estão muito feridas. "Agora ela está medicada e sendo acompanhada pela veterinária Juliane Cabral, do IDSM", conta Joana Macedo, pesquisadora do Instituto Mamirauá.

A onça foi levada de barco para Tefé, onde se recupera na sede da 16ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército.

Depois do tratamento, seguirá, de balsa para Manaus, numa viagem que dura normalmente 48 horas. De lá, partirá de avião para Brasília, viajando então para Uberlândia no carro da organização não governamental NEX. O transporte do animal será acompanhado pelo gestor da RDS Mamirauá, Paulo Correa.

A onça, apelidada de Janaína, foi capturada e criada desde filhote por um morador da comunidade Bate Papo, da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá . Ela cresceu em uma pequena jaula de madeira. Sua alimentação consistia de peixes.

Seu dono - única pessoa que se aproximava dela - faleceu em agosto de 2008. Em função de seu comportamento arredio, o pai do proprietário decidiu entregá-la ao IBAMA.

A operação de transporte e resgate de Janaína é resultado do trabalho conjunto do IDSM, da organização não governamental NEX, da SDS, do Exército, do Zoológico Parque do Sabiá e das unidades do IBAMA de Tefé, do Distrito Federal, de Manaus e da superintendência do órgão em Minas Gerais.

Animais silvestres em cativeiro.

A entrega de Janaína ilustra o problema de criação doméstica de animais silvestres, comum em áreas habitadas próximas a unidades de conservação.

Geralmente, após a morte da mãe - por vários motivos, que vão desde o interesse pela pele à consideração de ameaça - o filhote é adotado. Outro exemplo neste sentido é o caso de uma onça-parda (Puma concolor), apelidada de Euzébia, entregue a pesquisadores do Instituto Mamirauá em janeiro deste ano. Ela foi tirada de sua mãe em novembro de 2008, quando tinha aproximadamente três dias de nascida.

Euzébia foi cuidada por veterinários e pesquisadores do Instituto Mamirauá com autorização de guarda provisória do IBAMA e, em fevereiro, encaminhada para o Zoológico Municipal Sargento Prata, em Fortaleza (CE).

- Os animais são pegos ainda filhotes, quando não apresentam perigo. Mas a convivência se torna complicada com o tempo, já que os animais tendem a se tornar agressivos quando atingem a maturidade sexual, explica a pesquisadora Joana Macedo, do Instituto Mamirauá.

O IBAMA é o órgão responsável pela recepção desses animais, mas as pessoas, com receio de multas, procuram outras alternativas. O Instituto Mamirauá é uma delas.

No entanto, trabalhamos com conservação in situ e não temos estrutura e condições para manter animais em cativeiro. A única solução para essa questão é, continuamente, informar e educar as pessoas a respeito", conta Joana.
UC:RDS

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