ICMBio e agência japonesa discutem nesta sexta termo de cooperação para criar o Corredor Ecológico do Jalapão

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 15/07/2009
Representantes da Diretoria de Proteção Integral do (Direp), do Instituto Chico Mendes (ICMBio), e da Agência Internacional de Cooperação do Japão (Jica, na sigla em inglês), se reúnem nesta sexta-feira, em Brasília, para definir o termo de cooperação para implantação do Corredor Ecológico do Jalapão. O corredor unirá três unidades de conservação federais - o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, a Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins e a Área de Proteção Ambiental Serra da Tabatinga - e duas estaduais - o Parque Estadual do Jalapão e a Área de Proteção Ambiental do Jalapão.

Trata-se de um projeto inovador de conservação de um dos redutos mais importantes do cerrado brasileiro. O objetivo principal é trabalhar a conexão da paisagem com importantes unidades de conservação da região, manter integridade dos ecossistemas naturais e não permitir o isolamento das áreas protegidas. Soma-se a isso a meta de promover a articulação entre as principais instituições e pessoas envolvidas com a conservação da biodiversidade e dos recursos naturais do cerrado. São áreas importantes do que resta de intocável desse bioma característico do Planalto Central.

O pontapé inicial do projeto foi dado em dezembro de 2008, quando uma equipe da Jica, juntamente com técnicos da Direp, visitaram vários locais do Jalapão, entre eles, as unidades de conservação federais e estaduais, além de algumas comunidades tradicionais que habitam essas terras. Após a incursão em campo, a Jica e o ICMBio assinaram minuta de acordo para implantar o projeto de criação do corredor ecológico.

Segundo Allan Crema, que cuida da gestão de corredores ecológicos no ICMBio, os corredores, que são previstos na lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) são um importante instrumento de gestão territorial. Quando consolidados, tornam-se capazes de orientar e impulsionar o desenvolvimento sustentável de uma localidade. "Essa região (Jalapão) é prioritária para a conservação da biodiversidade brasileira e representa um dos principais remanescentes naturais de cerrado, além de compreender importantes áreas de ecótono entre os biomas Cerrado, Amazônia e a Caatinga", explica.

O projeto, segundo ele, também tem o propósito de promover ações para a conservação das áreas de conexão entre o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e a Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins, evitando a "insularização" (fragmentação) das unidades de conservação (UC). Crema informa ainda que deverão ser desenvolvidas pesquisas científicas e monitoramento de espécies-chaves e de parâmetros ambientais na região.

A partir daí, haverá a geração do conhecimento necessário para identificar as áreas prioritárias para o estabelecimento da conexão entre as unidades de conservação, de maneira que seja possível o fluxo gênico e a dispersão das espécies e a recolonização de áreas degradadas. Outra consequência da implantação do Corredor Ecológico do Jalapão será a manutenção de populações que demandam áreas naturais maiores do que as UCs para sobrevivência.

A cooperação técnica irá promover a troca de experiências entre as instituições envolvidas no projeto, além de fomentar a capacitação de lideranças comunitárias e outros agentes envolvidos com a conservação da biodiversidade e recursos naturais da região.

O projeto, conduzido pelo ICMBio, em cooperação técnica com a JICA, está na fase de aprovação na central da agência, no Japão. A sede regional dos trabalhos será a Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins, que já está estruturada para receber os peritos japoneses, além dos três novos analistas ambientais aprovados em concurso externo.

A implantação desse tipo de estratégia de conservação é algo claro no Brasil de agora para frente. Tanto é que o Ministério do Meio Ambiente conduz um amplo projeto de corredores ecológicos. Uma das frentes é o Programa-Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, que tem por objetivo promover a conservação da biodiversidade por meio da criação de CEs. Nesse contexto, dois corredores foram estabelecidos: o Corredor Central da Amazônia e o Corredor Central da Mata Atlântica.
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