Ibama e ongs vão pesquisar a Estação Ecológica de Anavilhanas (AM)

Gazeta Mercantil-Manaus-AM - 09/08/2001
A biodiversidade da Estação Ecológica de Anavilhanas (Esec), localizada próxima ao município de Novo Ayrão (115 quilômetros de Manaus, em linha reta) vai ser objeto de pesquisas e de atividades de extensão de várias instituições federais, públicas e privadas do Estado neste segundo semestre, por meio de um convênio de cooperação técnica firmado há um mês entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a organização não-governamental paulista Instituto Ipê.
Maior arquipélago de ilhas fluviais do mundo, com 400 ilhas, Anavilhanas vai receber investimentos nos próximos quatro anos do Ibama, do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e recursos provenientes do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo da Amazônia Legal (Proecotur).
Um dos objetivos do convênio é ampliar a capacidade gerencial do meio ambiente na Estação Ecológica. A Estação, que tem uma área de 300 mil hectares, sendo 200 mil hectares de terra firme e 100 mil hectares que formam o arquipélago, pode ganhar também um plano de uso público na área do ecoturismo.
O diretor científico do Instituto Ipê, Cláudio Pádua diz que a idéia é terceirizar a atividade turística. ´O projeto de terceirização é do Ibama, que tem por base uma experiência já aplicada no Parque do Iguaçu, no Paraná´, explica. Na Estação Ecológica, a terceirização será aplicada nas comunidades ao entorno, como em pequenos hotéis.
Um dos exemplos do projeto de terceirização é o Centro do Visitante, que será um flutuante onde os barcos poderão até passar dentro dele. ´A Estação Ecológica de Anavilhanas foi a única do País a ser contemplada com a terceirização´, diz Pádua. No quesito de parques, o do Jaú, em Novo Ayrão também foi beneficiado.
A viabilização deste convênio, conta com as participações de pesquisadores e cientistas de outras instituições com projetos de pesquisa. Para isso, os dois órgãos reuniram-se ontem, na sede local do Ibama, representantes da Universidade do Amazonas (UA), Centro Universitário Nilton Lins, Centro Universitário Luterano de Manaus (CEULM) e Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) para apresentá-los os objetivos em Anavilhanas.
´Estas instituições vão catalizar projetos de pesquisa, educação e de ecoturismo´, diz Pádua. Ele cita como exemplo de projeto futuro um que envolve o peixe-boi, baseado em experiências com o mamífero em Belize, na América Central Insular.
Mas a implantação dos possíveis projetos só poderá acontecer mediante análise. Para isso, o superintendente do Ibama local, Frederico Arruda, diz que a partir da próxima semana será formado um comitê científico, com o objetivo de avaliar os projetos institucionais. ´Mas vão ser criados comitês em outros projetos do Ibama´, acrescenta Arruda.
O superintendente revela que o Ibama quer expandir o leque de parcerias para o projeto de Anavilhanas com instituições de outros estados, como o Museu Goeldi (PA), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e Universidade de São Paulo (USP).
Arruda revela que estão sendo firmados acordos com as prefeituras de Manaus e Novo Ayrão para a facilitar a implantação deste projeto e a meta, diz ele, é expandir parcerias a fim de atender a todo o Estado do Amazonas, incluindo outros projetos do Ibama local.
UC:Estação Ecológica

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