Expedição colhe dados para reforçar criação de reserva extrativista na Amazônia

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 13/11/2008
Até o próximo sábado (15) uma equipe formada por 65 pessoas, entre ornintólogos, economistas e biólogos, cruza os rios e as comunidades amazônicas na Expedição Mariuá-Jauaperi, organizada pela WWF-Brasil e que tem como um dos parceiros o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

No roteiro estão o arquipélago de Mariuá, que fica na cidade amazonense de Barcelos, há 490 km de Manaus, e o Jauaperi, um rio de águas escuras que nasce próximo à fronteira de Roraima com a Guiana, desce pelo sul do estado e deságua no rio Negro.

O objetivo da missão, que teve início em 17 de outubro, é coletar dados e informações essenciais, bem como as demandas das populações locais, para nortear ações de conservação, como a a criação da Reserva Extrativista Rio Branco-Jauaperi.

Nas primeiras semanas de expedição, a equipe de técnicos e pesquisadores visitou o Arquipélago de Mariuá, no médio Rio Negro. Considerado o maior arquipélago fluvial do mundo e de rica diversidade biológica, Mariuá possui cerca de 1600 ilhas, 140 km de extensão e 20 km de largura.

Até agora os pesquisadores já coletaram material biológico de aves, visitaram áreas de quelônios para coleta de dados, capturaram alguns exemplares de anfíbios répteis e aracnídeos e estiveram em diferentes comunidades locais.

Desde a semana passada, a expedição se concentra nas comunidades que vivem na área em que está prevista a criação da Resex Rio Branco-Jauaperi. Uma equipe formada por representantes de algumas das instituições parceiras, inclusive do ICMBio, e líderes comunitários que defendem a criação da reserva realizam reuniões diárias nas comunidades, esclarecendo dúvidas quanto à criação da resex.

A reserva ficaria dentro de um mosaico onde já existem áreas de desenvolvimento sustentável e de proteção integral como o Parque Nacional do Jaú, apoiado pelo Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa). Se criada, a unidade terá cerca de 600 mil hectares, sendo 200 mil hectares no Amazonas e 400 mil hectares em Roraima, cortados ao norte pelo rio Juaperi.

Os trabalhos e as aventuras inerentes a uma viagem na Amazônia estão sendo contados no blog da expedição, na página do WWF-Brasil . A página também tem as belas imagens capturadas ao longo dessa viagem.

A Resex Rio Branco-Jauaperi foi solicitada pelos moradores da região em 2001. Parte dos estudos, assim como as audiências públicas, já foram realizados, mas a criação efetiva da unidade aguarda decisão da Casa Civil da Presidência da República.

Os estudos para a criação da Resex foram financiadas pelo programa Arpa, por intermédio do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). O Arpa apóia financeiramente 63 unidades de conservação, além de mais 14 processos de criação de áreas protegidas, através apoio de diagnóstico, levantamento de situação fundiária e consultas públicas, com recursos doados pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (em inglês, GEF), através do Banco Mundial, pelo WWF e pelo banco de desenvolvimento alemão, KfW.

Além do ICMBio, são parceiros do WWF na expedição o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), a Universidade Federal da Amazônia (Ufam), a Fundação Vitória Amazônica (FVA), o Instituto Socioambiental (ISA) e a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas.
UC:Reserva Extrativista

Unidades de Conservação relacionadas

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