Equipe da Floresta Nacional de Carajás resgata gavião real no Pará

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 16/01/2009
Analistas ambientais da Floresta Nacional Carajás, no Pará, resgataram, na quinta-feira (15), no município do Curionópolis, um gavião real (Harpia harpyja) que estava em cativeiro. A ave de rapina foi transportada para o zoológico de Carajás, local em que ficará de quarentena a fim de ser readaptada e, posteriormente, devolvida à natureza. A equipe da Flona ainda não decidiu se a soltura será monitorada ou não.

O chefe da Flona de Carajás, Frederico Drumond Martins, disse que a equipe levou em consideração a entrega voluntária da ave e não multou o criador irregular. "O gavião que recolhemos é um indivíduo subadulto, aparentemente bem tratado e muito bonito", disse Martins.(Confira na foto)

Apesar de ainda não constar das listas brasileiras de animais ameaçados de extinção, o gavião real aparece na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (sigla em inglês, IUCN) e, provavelmente, na próxima atualização das listagens brasileiras ele será incluído como mais uma espécie em vias de extinção.

O gavião real é a maior águia do Brasil e uma das maiores do mundo. Geralmente apresenta 1,15 m de comprimento e 2,5 m de envergadura e chega a pesar dez quilos. Predadora, ela tem hábitos diurnos e integra o grupo de animais que estão no topo da cadeia alimentar e precisam de vasto território para sobreviver. Sua dieta vai desde moluscos, crustáceos e peixes até serpentes, lagartos, pássaros e mamíferos, como a preguiça e o macaco.

A espécie habita o México, América Central, Brasil, Argentina e Colômbia. Segundo Frederico Martins, a população do gavião real, que habitava todo o território brasileiro, entrou em declínio em virtude do desmatamento e da perda de habitat. Hoje há registro de sua existência apenas na Amazônia e em pontos específicos da Mata Atlântica.

Atualmente, a equipe da Flona de Carajás tem monitorado dois ninhos ativos identificados na zona de mineração da floresta nacional, conhecida como Serra Sul. Além de se constituir território de nidificação do gavião real, Serra Sul, segundo Martins, é área da região de Carajás com a beleza cênica digna de preservação e de conservação. Por isso, o conselho consultivo, que desde meados de 2008 vem promovendo a revisão do plano de manejo da região, pretende propor a modificação da destinação dessa área.

A proposta é de, a partir dos ninhos do gavião real, modificar o zoneamento e o plano de manejo, transformando a área de mineração em área intangível, de conservação e preservação ecológica, e impedir ações mineradoras no local. De acordo com Frederico Martins, há estudos completos na Universidade Federal do Pará (UFPA) e no âmbito do Projeto de Conservação Harpia sobre a águia e sobre a definição de áreas para conservação e preservação da espécie, os quais apresentam argumentos para promover também uma mudança nos programas da região, no sentido de substituir a mineração por ações conservacionistas.
UC:Floresta

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