Consultas públicas apresentam projeto de criação de Refúgio de Vida Silvestre

ICMBio - 05/05/2008
Cerca de 300 pessoas enfrentaram uma temperatura que (na madrugada) chegou a dois graus negativos para participar da discussão da proposta de criação do Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pelotas e dos Campos de Cima da Serra, na divisa entre os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Instituto Chico Mendes, no último dia 29, no CTG Rodeio da Saudade, em São José dos Ausentes (RS). Ao todo foram realizadas quatro consultas, duas no RS e duas em Santa Catarina.

A criação de uma unidade de conservação na região, segundo informou representantes do MMA, atende ao compromisso assumido no Termo de Compromisso que possibilitou a conclusão do processo de licenciamento ambiental da Usina Hidrelétrica de Barra Grande, que alagou áreas significativas de florestas e campos naturais "boa parte dos quais em excelentes estados de conservação".

Ainda segundo o Ministério, foram realizados estudos com o objetivo de garantir a sobrevivência e a reprodução da flora e fauna nativas da região acima da área de inundação da barragem de Barra Grande, interligando a calha do Rio Pelotas e seus principais afluentes aos Parques Nacionais de São Joaquim e Aparados da Serra.

Justamente para conservar algumas características daquela região, usada na prática da pecuária extensiva e agricultura (em especial cultivo de maçã e batata), optou-se pela proposta de criar um Refúgio de Vida Silvestre, "por ser uma categoria de UC que permite a proteção da área (para flora e fauna), e que mantém a propriedade privada", como enfatizou o diretor do departamento de áreas protegidas do Ministério do Meio Ambiente, João de Deus Medeiros.

A criação da UC, abrangeria uma área aproximadamente de 268.195 hectares. O analista ambiental Ângelo Lima, do Instituto Chico Mendes, criticou algumas manifestações feitas por autoridades e presentes, contrárias à criação da unidade de conservação, que classificou de "processo generalizado de desinformação, que distorce os fatos, e que é contra apenas por questões políticas".

Muitos manifestantes criticaram a demora do governo federal no pagamento de desapropriações de UCs, embora este não fosse o objeto da discussão. Os técnicos do MMA reforçaram que a idéia do refúgio é justamente evitar as desapropriações.

Segundo o analista ambiental Emerson Antônio de Oliveira, do Departamento de Áreas Protegidas do MMA, a criação do Refúgio de Vida Silvestre levantará "outras formas de atração de recursos" como o turismo, ao invés da pecuária e do plantio de batatas nasencostas, o que acaba levando agrotóxicos para as nascentes e lençóis freáticos e causando erosão do solo.
UC:Refúgio da Vida Silvestre

Unidades de Conservação relacionadas

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