Conselho Deliberativo da Resex do Rio Unini adota gestão participativa

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 08/02/2010
O Conselho Deliberativo da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Unini reuniu-se, pela primeira vez, na última semana de janeiro, para oficializar as reuniões do corpo consultivo da reserva. No encontro, os 22 conselheiros e suplentes, representantes das instituições e das várias comunidades da região escolheram, aprovaram e adotaram a gestão participativa como modelo de administração.

Os servidores do Instituto Chico Mendes Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que atuam na reserva entendem que por meio desse modelo de gestão será possível contar com a colaboração de instituições, as quais poderão, de agora em diante, apoiar oficialmente a gestão participativa entre ICMBio, Associação de Moradores da Resex do Rio Unini (Amoru), instituições e representantes das comunidades.

O encontro, realizado no município de Novo Airão, Amazonas, cumpriu também a determinação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que prevê a realização da primeira reunião até 90 dias depois da publicação, em portaria, da criação do conselho para aprovação do regimento interno e para a posse dos conselheiros.

A portaria que criou o Conselho Deliberativo da Resex do Rio Unini, com 20 representações, foi publicada no dia 10 de novembro do ano passado. A reserva, por sua vez, foi criada em 21 de junho de 2006, mas só recebeu um analista ambiental do Instituto Chico Mendes um ano depois. E somente depois disso houve a escolha dos representantes, que ocorreu entre 2007 e 2008, durante as oficinas comunitárias, e levou dois anos para ser instituído pela Portaria n 87, de 6 de novembro de 2009.

As 150 famílias que vivem na região e se beneficiam dos produtos extrativistas coletam, dentre outras riquezas vegetais da Amazônia, o cipó, a castanha e o óleo de copaíba. Esses são os principais produtos oriundos do extrativismo que mais movimentam a economia local. São produtos comercializados no estado natural no próprio rio Unini e nas sedes dos municípios mais próximos da Resex, como Barcelos e Novo Airão.

De acordo com a chefe substituta, Josângela da Silva Jesus, os extrativistas entendem que os produtos coletados têm potencial para receberem beneficiamento e, por isso, estão formando a Cooperativa Mista Agroextrativista do Rio Unini (Comaru). Os moradores da reserva vivem também da agricultura com foco na produção de banana e de mandioca para produção de farinha.

A região abriga dez comunidades entre as que vivem diretamente na Resex e as que vivem no entorno direto. Embora todas elas vivam da extração, elas diferem umas das outras, por exemplo, no tamanho. Cada uma dessas comunidades tem seu próprio território onde exploram os recursos naturais. Algumas delas se destacam na produção de artesanato, que hoje é feito principalmente para suprir as necessidades delas próprias.

Essa diferença é o que possibilita a existência de um "espaço de discussão e de deliberações sobre a gestão da reserva que interfere diretamente na vida da comunidade", informa a analista ambiental Josângela. A chefe-substituta ressalta que, como em toda a Amazônia, a Resex do Rio Unini enfrenta dificuldade de logística. "Trata-se de um lugar onde não existe superação, mas sim adaptação", afirma.

Segundo ela, o principal desafio dos gestores da unidade de conservação foi superar a falta de recursos humanos. Isso tem isso resolvido com a parceria firmada com a ONG Fundação Vitória Amazônica (FVA) e com o Parque Nacional do Jaú, que faz limite com a reserva.


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