Cepam e Parque de Anavilhanas vão ordenar turismo com botos-cor-de-rosa

ICMBio - www.icmbio.gov.br - 10/11/2010
O Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Amazônica (Cepam) e o Parque Nacional de Anavilhanas, no Amazonas, administrados pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acabam de criar o Grupo de Trabalho (GT) sobre Ordenamento do Turismo com Botos. O objetivo é ordenar as atividades com o boto-cor-de-rosa, também chamado de boto-vermelho (Inia geoffrensis) em Novo Airão (AM).

O turismo interativo com boto-vermelho atrai milhares de visitantes brasileiros e estrangeiros a Novo Airão e gera renda para a população. Todos ficam encantados ao alimentar os animais e nadar com eles nas águas do rio Negro. No entanto, as atividades são realizadas sem quaisquer normas, monitoramento e medidas que garantam o bem-estar dos animais e a segurança dos turistas.

A situação, para os animais, piorou ainda mais a partir de março de 2009, quando foi iniciada a construção de um porto na cidade, ao lado da "casa" flutuante dos botos. Desde então, houve aumento do tráfego de embarcações, da poluição sonora e da sujeira lançada na água, sobretudo óleo proveniente dos barcos que chegam e saem diariamente.

A geógrafa Priscila dos Santos, chefe do Parque Nacional de Anavilhanas, explicou que o objetivo do GT é definir, com a participação da comunidade, um modelo de ordenamento que contemple os aspectos sociais, econômicos e ambientais do turismo com botos, estimulando outras atividades geradoras de renda relacionadas ao uso público no parque. Outra preocupação é incentivar pesquisas científicas sobre os botos-cor-de-rosa.

Para isso, O GT conta com a participação de entidades dedicadas à pesquisa e conservação de fauna silvestre, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê) e o Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), do ICMBio.

SEMINÁRIO - A primeira ação do GT dos Botos foi a organização de um seminário com a participação de representantes do governo local (técnicos das secretarias estaduais de Meio Ambiente e Turismo, entre outras), da iniciativa privada (proprietários de hotéis e restaurantes) e da sociedade civil (pescadores e operadores de turismo). O evento foi coordenado pelo analista ambiental Marcelo Derzi Vidal, do Cepam.

Durante o encontro, foram discutidos o potencial de visitação no Parque Nacional de Anavilhanas, as experiências de turismo com cetáceos em outras regiões do país, os aspectos biológicos dos botos-cor-de-rosa e os impactos positivos e negativos do modelo desenvolvido em Anavilhanas.

O passo seguinte foi a elaboração de uma proposta de ordenamento contendo tópicos como o número de turistas, estrutura mínima e localização da "casa" flutuante dos botos, tempo de observação e normas mais restritivas quanto ao toque e alimentação dos animais.

"Esperamos que a ação do GT dos Botos sejam exitosas, contribuindo para a melhoria das interações entre humanos e esses carismáticos seres aquáticos, os botos da Amazônia", conclui o analista Marcelo Derzi.


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