Arquipélago das Anavilhanas tem 400 ilhas de mata virgem

G1 - http://g1.globo.com - 01/10/2010
O Globo Repórter, desta sexta-feira (1o), mostra uma aventura do projeto Amazônia da Rede Globo, uma viagem pelo império das águas. Como vivem os brasileiros isolados pela maior floresta do mundo? Crianças vão para a escola de barco. Mães pescam o almoço dos filhos na varanda de casa. A salada sai das hortas suspensas, e animais são criados nas alturas.

É o império da água, um pedaço do Brasil onde os rios são soberanos, um lugar onde até o céu parece estar dentro d'água. É o imenso espelho da vida, onde floresta e água se misturam e se confundem. Onde termina a vegetação? Onde começa o rio? Seria ilusão de ótica? São muitos os encantos do mundo de águas amazônicas.

Dá para imaginar a rotina das famílias brasileiras isoladas na vastidão da floresta inundada: casa, escola, trabalho, mercado, transporte? É o vaivém dos rios que comanda o destino dos ribeirinhos.

Nosso ponto de partida é o arquipélago de Anavilhanas, um paraíso intocável, protegido por lei federal. São ilhas de floresta exuberante, alagadas. É como se elas brotassem das águas escuras e límpidas do Rio Negro, uma paisagem desenhada com perfeição pela natureza. Esse é um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo.

Só do alto é possível ter uma visão mais ampla do arquipélago das Anavilhanas, um espetáculo a perder de vista: vasto labirinto verde serpenteando o Rio Negro. São 400 ilhas de mata virgem. A Floresta Amazônica não tem limite.

E até onde vai a resistência desses brasileiros para vencer tantos desafios? Para morar na região, é preciso descobrir todo dia "o segredo das águas".

É de pai para filho: a herança do piloto do barco Salim Jesus Viana de Almeida tem valor inestimável. E ele conta como sabe onde tem pedra e banco de areia no rio: "sei, porque quando o rio vai secando, a gente vai descobrindo, vai aparecendo".

E vai surgindo a notável habilidade dos ribeirinhos. Mas agora o Rio Negro está cheio. Os barcos deslizam suavemente pelos canais sinuosos. Quantas surpresas encontramos nos caminhos encharcados.

Para navegar por canais estreitos, nós precisamos de um barco pequeno. Esse tipo de canal é chamado de "furo" pelos caboclos. E é preciso ter o maior cuidado ao navegar por ele, porque o barco encosta nas margens e tem que afastar a vegetação para nós não nos arranharmos.

O pescador Júlio Castro Barbosa é o nosso guia. Ele tem 20 anos de intimidade com os caprichos do Rio Negro. "A gente já conhece. É praia, pedra, essas coisas. No verão, é mais difícil para a gente navegar", confessa.

O verão amazônico é entre os meses de maio e outubro. O rio baixa e as armadilhas são ainda mais traiçoeiras. Júlio explica, em poucas palavras, como fica a região durante o verão: "fica tudo terra. Fica só a bacia do lago".

Mas, quando tudo é água, é tempo de muita fartura. Abençoada multiplicação dos peixes. É a vida que vai brotando e transbordando. Como são férteis os rios da floresta.

http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2010/10/arquipelago-das-anavilhanas-tem-400-ilhas-de-mata-virgem.html
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