Jericoacoara. As ações de educação ambiental empreendidas no Parque Nacional de Jericoacoara, lentamente, começam a surtir efeito. Pelo menos é o que mostram os números do levantamento feito pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, no período das festas do fim do ano passado. De acordo com o analista ambiental, Aldízio Filho, no reveillon de 2005 para 2006, foram registrados cinco veículos trafegando sobre as dunas e 10 no Serrote. Este ano, de 2007 para 2008, não houve nenhuma ocorrência. "Antes era carro piscando em tudo que é lado. Hoje mudou. É importante ressaltar que as pessoas que vêm são praticamente as mesmas, mas estão voltando com outro comportamento, mais conscientes", disse o analista.
Para o chefe do Parque Nacional, a constância das ações preventivas ajuda a preservar a natureza. "Para ter idéia, quando chegamos aqui ainda tinha trilha no Serrote, era comum pessoas subirem na Pedra Furada", recorda. "Hoje mudou muito. São trabalhos, fóruns, discussões, semanas do meio ambiente nas comunidades do entorno, programa de rádio semanal (Quarta Ambiental). Ações que vão trabalhando conceitos, comportamentos. Nosso monitoramento é de fiscalização, mas a abordagem é educativa", disse.
Mudança
Para o morador Tuto Merello, peruano, que há mais de 20 anos acompanha as mudanças em Jericoacoara , "a Vila não é mais o que era, ainda não é o que será, mas, aos poucos, se ajusta à realidade da vida.
O pior já passou. Mas ainda é preciso muita consciência para preservar esse lugar do lixo e da destruição. Sinto que, aos poucos, as pessoas estão cuidando, zelando melhor dessa natureza", disse o índio.
Visitação
Pelo levantamento realizado no período de 27 de dezembro de 2007 a 13 janeiro de 2008, pelas quatro guaritas de fiscalização do Instituto Chico Mendes, localizadas nas entradas de Guriú, Mangue Seco, Lagoa Grande e Preá, pela manhã e à tarde, cerca de 20 mil pessoas visitaram o Parque Nacional de Jericoacoara nas festas de fim de ano.
O agente de fiscalização, José Odécio da Costa, acrescentou que, caso haja necessidade, alguns trechos da Unidade de Conservação podem passar por interferências.
Alternativas
"Estamos demarcando as trilhas e vamos cobrar que se trafegue por ela. Mas vamos dar condições de acesso. Se for preciso colocar palha, piçarra, pedra, em pequenos trechos, será colocado. A intenção não é inviabilizar o acesso das pessoas", destacou.
A multa para quem for autuado transitando fora dos limites da trilha demarcada pelo Instituto Chico Mendes varia entre R$ 800 a R$ 50 mil, conforme a gravidade e o dano causado ao meio ambiente.
Mais informações: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade de Jericoacoara. (88) 3669.2140. Site www.icmbio.gov.br.
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