No início de janeiro, a equipe de Assessoria Técnica, Social e Ambiental da SOS Amazônia foi a campo para dar continuidade aos cursos de roçados sustentáveis, produção de mudas, sistemas agroflorestais e visitas técnicas produtivas, ambientais e sociais.
O objetivo, de acordo com o coordenador de ATES/SOS Amazônia, Adair Duarte, é fortalecer e diversificar a produção agroextrativista da unidade produtiva familiar com foco na redução do desmatamento e uso do fogo, na segurança alimentar e nutricional das famílias e a comercialização da produção excedente.
Um dos resultados esperados com a adoção da tecnologia dos roçados sustentáveis é a implantação de unidades de referência comunitária e a formação dos bancos sementes de mucuna ("mucuna aterrima"), estes com a meta de produção de 10 mil quilos de sementes para serem distribuídas às famílias beneficiarias do projeto. A proposta é que cada família plante 20 quilos de sementes e inicie a recuperação de um hectare cada de área degradada.
Além disso, a proposta é que essa iniciativa se incorpore ao sistema produtivo familiar no início de 2016 para o cultivo de culturas anuais, semiperenes e perenes.
Nesse primeiro semestre, o projeto de ATES, realizado pela SOS Amazônia em parceria com Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra) vai ter diversas atividades coletivas e individuais abordando temos como: produção agroecológica, horticultura, avicultura, fruticultura, meliponicultura, organização social, associativismo e cooperativismo, acesso aos mercados institucionais e diferenciados, dentre outros apontados no planejamento participativo realizado em 2014 com as famílias da Reserva Extrativista Alto Juruá.
Saiba mais sobre o Projeto de ATES na Resex Alto Juruá
Dividido em três etapas: Oficinas de Apresentação e Diagnóstico Familiar; Planejamento Participativo; e Oficinas de Capacitação e Orientação Técnica, o projeto de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) na Reserva Extrativista Alto Juruá tem por objetivo melhorar a qualidade de vida das famílias que vivem na Reserva, com foco na conservação dos recursos naturais, envolvendo três eixos fundamentais: organização social, fomento do extrativismo e produção sustentável, e comercialização.
Com duração de 30 meses, o projeto prevê atender, aproximadamente, 1.100 famílias. As oficinas acontecem em 10 comunidades Polos: Restauração, Maranguape, Remanso, Novo Horizonte, Iracema, Foz do Breu, Caiporinha, Belfort, Acuriá e Foz do Tejo, localizadas às margens dos rios Tejo, Juruá, Breu, Amônia e Arara, e nos igarapés Bajé, Caipora, São João e Acuriá.
Várias instituições locais estão envolvidas na ação: Associação dos Seringueiros e Agricultores da Reserva Extrativista do Alto Juruá (Asareaj), Associação dos Seringueiros e Agricultores do Rio Juruá (Asajuruá), Prefeitura de Marechal Thaumaturgo, Câmara de Vereadores e Sindicado dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR).
O ATES na Resex Alto Juruá concentra suas ações no resgate do extrativismo e fortalecimento da produção agroecológica na região. As atividades têm o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério do Meio Ambiente, ICMBio e Serviço Florestal Brasileiro.
Etapas e metas
Metas da etapa 1: - Realizar dez reuniões de apresentação do projeto;
- Realizar 848 diagnósticos das unidades produtivas familiares;
- E 10 oficinas de diagnósticos comunitários.
Situação: Etapa concluída
Metas da etapa 2:
- Realizar 10 oficinas de elaboração dos planos participativos (organização social, produção agroextrativista e comercialização).
Situação: Etapa concluída
Metas da etapa 3:
- Realizar 120 oficinas de capacitação junto às famílias extrativistas;
- Realizar 140 reuniões coletivas com foco na gestão da organização social, produção agroecológica, atividades extrativistas, gestão de empreendimentos e a comercialização dos produtos nos mercados institucionais e diferenciados;
- Realizar 4500 visitas técnicas às unidades produtivas familiares com foco na produção de transição agroecológica, extrativista, ambiental e social e 22 oficinas de avaliação do projeto intermediaria e final juntos aos dez polos.
Situação: Em curso
Metodologia da Etapa 3
A etapa 3 compreende visitas técnicas familiares e cursos/oficinas/ reuniões coletivas/intercâmbios entres outros. Aborda os temas: organização social, produção agroextrativista, aspectos ambientais e comercialização.
Essas demandas vão ser realizadas ao longo dos próximos 24 meses. A metodologia é participativa (considerando a participação das famílias tanto para as atividades individuais como as coletivas).
Nas oficinas/cursos/reuniões/intercâmbios é conciliado teoria e prática, respeitando o conhecimento tradicional, ou seja, a principal proposta é somar o conhecimento tradicional com o conhecimento técnico para implementar as atividades produtivas com foco na produção agroecológica, onde podemos citar: Roçados Sustentáveis (recuperar áreas alteradas e torná-las produtivas com o uso de leguminosas, como por exemplo a mucuna); implantar quintais e sistemas agroflorestais com espécies frutíferas e florestais da região; recuperas áreas de preservação permanentes - APPs, entre outras.
Equipe Técnica Composta por engenheiros florestais, assistentes sociais, técnicos agroflorestais, florestais e agroecológicos, agentes de ATES e responsáveis pela logística.
http://sosamazonia.org.br/oscip/ates/para-reduzir-desmatamento-e-apoiar-as-familias-sos-amazonia-realiza-cursos-de-rocados-sustentaveis-e-producao-de-mudas/
UC:Reserva Extrativista
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- UC Alto Juruá
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